Por Carlos Magno Gibrail
Pelo estudo publicado na revista EXAME*, no ranking 2019 das marcas mais valiosas do Brasil, as instituições financeiras desbancaram as cervejarias do topo, enquanto o varejo se sobrepôs pelos aumentos dos índices de valorização.
Bradesco e Itaú com 35% de valorização superaram Skol e Brahma. O Magazine Luiza, em 7º lugar, teve crescimento de 276%; a Renner, em 9º, apresentou evolução de 132%; e as Americanas, em 16%, mostrou alta de 23%.
Visivelmente, o mercado atesta a performance no omnichannel das varejistas Magazine Luiza e Americanas como fator alavancador do crescimento.
O caso Magazine Luiza é emblemático desde os primeiros passos que foram dados na implantação das vendas pela internet. Houve muita criatividade ao iniciar a venda pelas esposas dos funcionários, como uma vantagem e oportunidade de aumento de renda familiar. E, também, não se pode ignorar o conceito posterior de Marketplace, fundamental para a maturidade do sistema de e-commerce.
A Renner, por sua vez, há tempos vem desenvolvendo atenção especial na atualização das coleções e foco no estilo relacionado com o aspecto comportamental, fazendo com que hoje a prioridade na experiência de compras permita oferecer o diferencial para se destacar no mercado de moda.
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Enquanto isso, na China os números remetem a dois fenômenos.
Alibaba, o gigante do varejo eletrônico, e Tencent, o grandioso portal de serviços de internet, cujas plataformas de meio de pagamento, respectivamente Alipay e WeChar Pay, aglutinam 94% do movimento total chinês, em torno de US$ 13 trilhões anuais — desvinculado do sistema bancário convencional, operando tanto com moeda local chinesa e moedas de outras regiões.
Na América, através do Facebook, está sendo apresentada a Libra, como uma criptomoeda a ser lançada pela Libra Networks que administrará todo o processo do ecossistema, incluindo suas reservas. Ao mesmo tempo terá a composição de parceiros fortes como Visa, Mastercard, Uber, Spotify; condição sustentável para uma empresa global. Assim como os 2,23 bilhões de usuários do Facebook.
Para o Facebook, o Brasil é importante, pois com 130 milhões somos o terceiro maior país com número de usuários, após Estados Unidos e Índia.
E para os brasileiros, será importante a Libra Networks?
Como Bradesco e Itaú reagirão?
Diante destas dúvidas temos a China na frente e à nossa frente a eminente disrupção de um secular sistema financeiro.
Apostas abertas.
Carlos Magno Gibrail, Consultor e autor do livro “Arquitetura do Varejo”, é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung